quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Inteligência: 3:05 - 5:07
A Inteligência na Perspectiva Piagetiana

Para Piaget o desenvolvimento da inteligência é um continuo processo de equilibração(o sujeito entra em contato com novo objeto e entra em conflito com ele, pois o objeto não se deixa conhecer facilmente. O individuo deve acomodar-se ao objeto, buscando equilíbrio e estabilidade da organização mental em um processo dinâmico), o desenvolvimento mental é uma construção contínua, em que, a medida que se acrescenta algo vai se solidificando gradualmente. A construção do conhecimento para Piaget acontece de forma gradual a partir de suas formas mais elementares, e em seguida evoluindo para os níveis seguintes até o pensamento científico. Este desenvolvimento gradativo se processa por estágios (diferentes maneiras de os individuos interagir com a realidade, de organizar seus conhecimentos visando sua adaptação, ocorrendo assim modificações progressivas dos esquemas de assimilação e acomodação), que por sua vez, se consolidam a medida que se processa a maturação biológica que é pré-requisito  para o aprendizado(processo gradual no qual o sujeito vai se capacitando em niveis cada vez mais complexos do conhecimento). Dessa forma, o sujeito só aprende algo se estiver no estágio do desenvolvimento que lhe capacite para compreender tal feito, de forma que, a inteligência dá saltos, mudando de estágio, quando o esquema torna-se insuficiente para responder a uma novidade, através da ruptura com o estágio anterior e consequente aquisição de novas características peculiares do cada novo estágio seguinte que representa a inteligência. Para Piaget a inteligência  se desenvolve a partir de interações com o mundo em um processo gradual,  formando-se por meio de adaptações e, define-se, na perspectiva funcional e estrutural. Enquanto função, a inteligência é uma adaptação ao meio em que o sujeito está inserido, e este o transforma e se transforma para adaptar-se. Estruturalmente, a inteligência caracteriza-se por ser uma forma de organização de conhecimentos que começa no nível mais simples até um nível mais complexo, portanto, quanto mais complexa a estruturação mental, maior será a exigência do nível de conhecimento. A inteligência na teoria piagetiana não se constitui acúmulo de conhecimento, e sim uma contínua reorganização funcional e estrutural para possibilitar maior assimilação (conhecer o objeto, interpretar o mundo), e não apenas acumulação de informação. Nesse sentido, as estruturas mentais são capazes de se modificar, acomodar, para dar conta das singularidades do objeto, portanto, a inteligência baseia-se em assimilações e acomodações.   Piaget considera quatro os estágios fundamentais do desenvolvimento da inteligência:
1 – Sensório-motor:
2-Pré-operacional
3- Operatório Concreto
4- Operatório Formal
Cada um desses estágios são caracterizados pelo surgimento de estruturas originais, que os distinguem dos estágios anteriores. São construções sucessivas em que cada estágio se edifica sobre os estágios anteriores, portanto, cada estágio é uma evolução em relação ao estágio anterior. O desenvolvimento da inteligência é o movimento contínuo e perpétuo de reajustamento (equilibração ) onde a construção de cada fase constitui-se em um progresso sobre as precedentes.

"A mente de um homem expandida por uma nova idéia não consegue nunca voltar às suas dimensões originais."
( Oliver Wendall Holmes ) 

Videos que exemplificam as múltiplas inteligencias

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Bem na medida do possível estou tentando postar links de videos que demonstrem exemplos mais concretos do que concebemos como cada tipo de inteligência:

Inteligencia lógico matemática:
Tudo bem que esse não é o "melhor" exemplo de como se usar esse tipo de inteligencia mas acho que dá pra entender a ideia principal da coisa.

Inteligencia corporal sinestésica e inteligencia espacial:
hum... acho que dispensa comentários.

Inteligencia musical:
A historia é meio "filme da disney pra sessão da tarde" mas acho que a mensagem sobre do que se trata essa capacidade está intacta.

Inteligência linguística:
é a historia da vida de keats um poeta do romantismo, o trabalho dele é interessante considerando a corrente da qual fez parte.

As outra capacidades são um pouco mais difíceis de exemplificar mas se trata basicamente da capacidade de lidar com si, com o outro e com a natureza. Apresentadores de TV, jornalistas, ambientalistas seriamente engajados são exemplos práticos e simples dessas outras habilidades.

Revolucionando o conceito de inteligência

Teoria das múltiplas inteligências:
A teoria das múltiplas inteligências foi postulada por Howard Gardner no ano de 1983 e revolucionou aquilo que se considerava até então como inteligência, isso se deu pela negação veemente que o mesmo apresentava sobre questões que envolvia a classificação, nivelação e diferenciação presentes no tão famoso e supracitado teste de QI.
Gardner critica a valorização do sistema lógico matemático que prevalece socialmente e especialmente no âmbito escolar, pois acredita e divulga a idéia de que o ser humano apresenta cerca de oito tipos de capacidades mentais distintas e que desenvolve cada uma delas de maneira diferente;
O autor também se baseou em fundamentos genéticos, biológicos, evolutivos e de plasticidade utilizando de casos específicos de pesquisas psicológicas experimentais para defender sua tese. Estas são as “inteligências” que Gardner cita na sua obra:
  • Lógica-matemática: que é a habilidade de fazer cálculos matemáticos e lidar com idéias lógicas.
  • Espacial: é a disposição para reconhecer e manipular situações que envolvam apreensões visuais.
  • Corporal - sinestésico: capacidade de usar o corpo para se expressar ou em atividades esportivas
  • Musical: inteligência voltada para a interpretação, produção e reconhecimento de sons;
  • Lingüística: capacidade elevada de utilizar a língua para comunicação e expressão
  • Intrapessoal: capacidade de conhecer a si mesmo, e utilizar desse conhecimento
  • Interpessoal: facilidade de se relacionar com outras pessoas
  • Naturalista: inteligência voltada para a análise e compreensão do funcionamento de fenômenos da natureza.
Aqui segue links sobre interessantes entrevistas de Gardner sobre suas pesquisas e descobertas e uma matéria feita pela revista superinteressante em 1998 a respeito da teoria.

Inteligência Emocional – Sociedade Atual x Maquinário Biológico Antigo

Durante cerca de 50.000 gerações de seres humanos, a Inteligência Emocional foi de fundamental importância para nossa sobrevivência. Mas desde a descoberta e aprimoramento da agricultura, o ser humano vem mudando seus hábitos e dando valor a outros tipos de inteligência.
Com o desenvolvimento da agricultura e por consequência a sedentarização do homem, o raciocínio lógico foi fundamental para uma padronização dos ciclos agrícolas, desenvolvimento da matemática, astronomia, ainda que em estágios bem embrionários.
Tal sedentarização trouxe mudanças incríveis para a humanidade, as grandes cidades começaram a surgir, nossa população cresceu de 5 milhões para os atuais 7 bilhões de pessoas, em apenas 10 mil anos. Porém nos últimos 300 anos, mais uma grande mudança ocorreu no modo de vida humano, a Revolução Industrial. Um novo mundo, muito mais dinâmico e tecnológico, fruto principalmente da forte influência das Ciências Exatas, veio para reforçar a ideia de que o ser humano precisa pensar mais com a razão do que com a emoção.
Porém, tal valorização repentina da razão, não é de fácil assimilação para o cérebro humano. Com a evolução da nossa parte racional, o nosso cérebro ficou dividido em dois, o cérebro emocional e o cérebro racional, mas que geralmente trabalham harmonicamente. Tal dificuldade em abandonar o lado emocional é pelo simples fato de termos vivido 2 milhões de anos tendo ele como nosso principal meio de sobrevivência, assim nossa carga genética não teve o tempo necessário de se adaptar, portanto podemos dizer que somos seres do século XXI, mas que nosso maquinário biológico e praticamente o mesmo de 50 mil gerações passadas. Portanto mesmo que seja importante o uso da razão, nosso cérebro emocional nas situações mais complicadas, ainda “fala mais alto”, por isso que em determinadas ocasiões agimos impetuosamente, sem pensar e as vezes até sem nem lembrar do que fez.
Então, com os estudos realizados nas últimas décadas, a Inteligência Emocional vem novamente assumindo um papel de destaque nas relações humanas, afinal nossas relações humanas não podem ser pautadas apenas nos ideais lógicos. Dois grandes exemplos da importância das emoções nas relações humanas são: O trabalho nas empresas e As relações conjugais.
Nas grandes empresas, nas quais as relações emocionais não tinham valor algum. Pelo contrário, era interessante que o chefe pusesse medo em seus subordinados apenas pelo fato de se manter a ordem. Porém, exemplos de autoritarismo no trabalho reduz demais a produção de uma empresa, afinal, será que um empregado tem coragem de discutir alguma situação com o seu chefe, mesmo que ele tenha razão? Ou então, será que a falta de comunicação afetiva entre os membros de um grupo, não torna a comunicação menos efetiva? Tao importante quanto o QI da pessoas que trabalham é sua IE, afinal sem o controle emocional suficiente para se relacionar com outros indivíduos, do que adianta você ser um gênio?
Além das relações no trabalho, o IE é de fundamental importância para as relações interpessoais particulares( conjugais, familiares e de qualquer outra ordem). A importância de uma boa comunicação, controle das emoções e sensibilidades para ver como o outro está, é imprescindível para uma boa relação. Exemplo disso é a relação do números dos divórcios atualmente e a IE. Sem pressões sociais para se manter um casamento, cada vez mais é fundamental a IE, a conversa entre o casal, a paciência e a sensibilidade de entender o outro são ferramentas da inteligência emocional que precisam ser usadas. Além das relações interpessoais, a relação consigo mesmo, intrapessoal, é fundamental para se conhecer, assim facilitando se relacionar com os outros.
Portanto, como já foi dito anteriormente, não basta você ter um QI elevado para ser um ótimo profissional, ou então ter boas relações pessoais. A importância da Inteligência Emocional, e adequá-la à dinâmica dos tempos modernos, nas suas relações pessoais, é tão grande quanto sua racionalidade. Por chegarem a tais conclusões, cada vez mais empresas desenvolvem testes emocionais e contratam profissionais da área, para que as relações interpessoais e intrapessoais estejam afiadas, dando assim uma maior produtividade nas relações tanto pessoais como profissionais.
Produzido por Felipe Bulcão