INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Para que servem as emoções?
É com essa primeira pergunta que começamos a discussão de todo um tema, relacionado ao comportamento, evolução e interação (ambiente x genética), que vêm construindo a cada dia nossas civilizações.
Ao longo de toda uma evolução humana, os sentimentos foram de fundamental importância para o sucesso biológico dos seres humanos. Estes sentimentos, que podem também serem chamados simplesmente de apego, é uma espécie de “cola”, que tem por objetivo aproximar de forma emocional pessoas.
Os sociobiólogos explicam de forma simples a importância da emoção para o ser humano: Imaginem-se vivendo 50 mil anos atrás, numa época em que os seres humanos tinham uma expectativa de vida por volta de 30 anos e a mortalidade infantil era extremamente alta. Além disso, os riscos de se sofrer um ataque por animais, ou até mesmo por outros seres humanos em luta por alimentos eram também altíssimos. Por essas e outras condições, as pressões seletivas “escolhiam” cada vez mais os seres humanos que tinham as habilidades de se agruparem e se protegerem mutuamente.
Estas habilidades, que foram transmitidas para as gerações seguintes pelo DNA, foram moldando comportamentos humanos, cada vez mais específicos e úteis, principalmente em situações de perigo.
Aqui está alguma das emoções humanas mais comuns e suas explicações:
“. Com novos métodos para perscrutar o corpo e o cérebro, os pesquisadores estão descobrindo mais detalhes fisiológicos de como cada emoção prepara o corpo para um tipo de resposta muito diferente:
· Com ira, o sangue flui para as mãos, tornando mais fácil pegar uma arma ou golpear um inimigo; os batimentos cardíacos aceleram-se, e uma onda de hormônios como a adrenalina gera uma pulsação, energia suficientemente forte para uma ação vigorosa.
· Com medo, o sangue vai para os músculos do esqueleto, como os das pernas, tornando mais fácil fugir e faz o rosto ficar lívido, uma vez que o sangue é desviado dele (criando a sensação de que "gela"). Ao mesmo tempo, o corpo imobiliza-se, ainda que por um momento, talvez dando tempo para avaliar se se esconder não seria uma melhor reação.
Circuitos nos centros emocionais do cérebro disparam a torrente de hormônios que põe o corpo em alerta geral, tornando-o inquieto e pronto para agir, e a atenção se fixa na ameaça imediata, para melhor calcular a resposta a dar.
·Entre as principais mudanças biológicas na felicidade está uma maior atividade no centro cerebral que inibe os sentimentos negativos e favorece o aumento da energia existente, e silencia aqueles que geram pensamentos de preocupação.
Mas não ocorre nenhuma mudança particular na fisiologia, a não ser uma tranquilidade, que faz o corpo recuperar-se mais depressa do estímulo de emoções perturbadoras.
Essa configuração oferece ao corpo um repouso geral, assim como disposição e entusiasmo para qualquer tarefa imediata e para marchar rumo a uma grande variedade de metas.
- Amor, sentimentos afetuosos e satisfação sexual implicam estimulação parassimpática
- o oposto fisiológico da mobilização para ''lutar-ou-fugir" partilhada pelo medo e a ira. O padrão parassimpático, chamado de "resposta de relaxamento” é um conjunto de reações em todo o corpo que gera um estado geral de calma e satisfação, facilitando a cooperação.
- O erguer das sobrancelhas na surpresa permite a adoção de uma varredura visual mais ampla, e também maior quantidade de luz a atingir a retina. Isso oferece mais informação sobre o fato inesperado, tornando mais fácil perceber exatamente o que está acontecendo e conceber o melhor plano de ação.
· Em todo o mundo, a expressão de repugnância parece a mesma e envia idêntica mensagem: alguma coisa desagrada ao gosto ou ao olfato, real o metaforicamente. A expressão facial de nojo - o lábio superior se retorce para o lado, e o nariz se enruga ligeiramente - sugere uma tentativa primordial, com observou Darvin, de tapar as narinas contra um odor nocivo ou cuspir fora uma comida estragada.
· Uma das principais funções da tristeza é ajudar a ajustar-se a uma perda significativa, como a morte de alguém ou uma decepção importante. A triste traz uma queda de energia e entusiasmo pelas atividades da vida, em particular, diversões e prazeres e, quando se aprofunda e se aproxima da depressão, reduz a velocidade metabólica do corpo. Esse retraimento introspectivo cria a oportunidade para lamentar uma perda ou uma esperança frustrada, captar suas consequências para a vida e, quando a energia retorna, planejar novos começos. Essa perda de energia bem pode ter mantido os seres humanos entristecidos dos e vulneráveis - perto de casa, onde estavam em maior segurança.
Essas tendências biológicas para agir são ainda mais moldadas por nossa experiência e cultura. Por exemplo, a perda de um ser amado provoca universalmente, tristeza e luto.
Mas a maneira como demonstramos nosso pesar como exibimos ou contemos as emoções em momentos íntimos - é moldada pela cultura como também o é a escolha de quais pessoas particulares em nossas vidas se encaixam na categoria de "entes queridos" a serem lamentados.” ( GOLEMAN, Daniel. 1995)
Produzido por Felipe Bulcão

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